Especialista na área de Recursos Humanos há cerca de dez anos, Stefanie Ferracciu só tinha visto uma funcionária ser contratada grávida uma vez. Ela foi a segunda. No início deste ano, depois de um longo namoro com a startup Gupy, que era sua cliente numa organização maior em que trabalhara, Stefanie jogou limpo e contou que estava esperando seu primeiro bebê. As duas fundadoras da startup, que oferece um sistema para otimizar os processos de recrutamento e seleção e atualmente é residente do Campus São Paulo, foram categóricas: queriam Stefanie mesmo assim. Ela conta aqui no blog B2Mamy como a história aconteceu.
Você se candidatou a uma vaga na Gupy sabendo que estava grávida?
Não, eu conheci as meninas da Gupy em meados de 2016, quando contratei a startup como cliente, na empresa em que trabalhava. Nós nos aproximamos durante um projeto e começou um namoro entre os dois lados. Eu não estava grávida ainda.
Mas já planejava engravidar?
Sim, estou casada há três anos e já falávamos sobre gravidez. Uma noite saí com as fundadoras da Gupy para um jantar e decidi contar sobre meus planos. Elas soubera que eu ia começar a tentar engravidar antes mesmo dos meus pais. Naquela época elas já disseram que não se importavam, que queriam muito aprender comigo e poder contar com a minha experiência na startup. No dia que saí da empresa em que trabalhava eu contei paras as duas que eu estava grávida. Fui transparente.
Em momento algum elas titubearam?
Elas disseram que aquilo não mudava nada. Na verdade, quem titubeou fui eu. Com a gravidez me questionei mais se estava fazendo a coisa certa ao decidir trocar grandes empresas por uma startup. A gente sabe que as coisas tendem a ser menos estáveis financeiramente, numa startup.
E o que te deu segurança para seguir?
Elas. As duas foram totalmente transparentes comigo, como eu havia sido com elas sobre a gravidez. Elas abriram seus números, seus planos, seu potencial de crescimento, clientes, tudo. Além da minha experiência profissional, elas disseram que queriam aprender como seria ter uma grávida na startup. É um sinal de que este mercado tem olhos diferentes para a mulher que engravida.
E como é o seu contrato?
Sou PJ, é um trabalho fixo mas sem CLT. Mas antes acertamos que eu teria cinco meses de licença-maternidade remunerada. Mais perto do nascimento vamos rediscutir as demandas, para ver ser serão mesmo cinco meses ou outro formato de trabalho. Teremos um diálogo transparente e baseado na confiança que tivemos desde o primeiro dia.
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