Patrícia Antonino - Founder e CEO da Connectholics.
Era maio de 2017 quando eu renunciei a um sonho antigo de estudar em outro país para voltar atrás na minha decisão e aceitar uma transferência de cidade, assumindo novos desafios na carreira. O discurso era: “você é livre para escolher, mas pense bem, você foi indicada pelo presidente, ele pode ficar decepcionado com a sua recusa”.
O sentimento foi de dúvida, insegurança, medo de abraçar a minha escolha e arcar com as consequências que isso poderia me trazer. O fato é que eu me acovardei diante da situação e decidi mudar de cidade e reprogramar o meu sonho, que mudou de 1 ano para 1 mês de estudo nos Estados Unidos.
Em julho de 2017 eu estava pousando na cidade de Salvador-BA para assumir o que havia sido vendido como um passo importante na minha carreira. Tinha exatamente um mês para encontrar um lugar para morar, receber a minha mudança e me instalar definitivamente na cidade, antes das férias tão esperadas, em que havia se resumido o meu sonho de estudar fora. Naquele mês eu trabalhei muito, com o objetivo de deixar tudo organizado para a minha ausência. Cuidei de todas as definições e validações, e ainda me coloquei à disposição para sanar eventuais dúvidas que surgissem, mesmo estando em outro país e tendo os meus dias ocupados por um cronograma intensivo de aulas.
O mês de agosto daquele ano virou um misto de alegria, realização e frustração. Eu estava, finalmente, estudando em outro país (é muito diferente de fazer turismo). Conheci muitas pessoas, de diversas partes do mundo. Uma troca de experiências e cultura riquíssima. Eu estava muito feliz por estar vivendo tudo aquilo. Queria aproveitar ao máximo e me dediquei muito ao curso, às interações e às oportunidades que estavam surgindo. Ao mesmo tempo, eu andava pelas ruas de New York e me perguntava por que eu teria renunciado àquilo, já que era algo que eu sonhava havia tantos anos e finalmente teria a oportunidade. Tentava olhar por outro ângulo e me convencer de que havia tomado a melhor decisão naquele momento. As férias acabaram e eu voltei para a minha vida na nova cidade, ainda sem saber se eu realmente tinha feito a melhor escolha. Ao chegar encontrei outra pessoa na posição que foi oferecida a mim. Tinha feito todo o trabalho de conceituação, planejamento, construção e validações do projeto e outra pessoa estava executando e recebendo os méritos no meu lugar.
Foi o início de uma série de problemas e doenças psicossomáticas. Foram anos difíceis, e só com muita terapia e alguns medicamentos eu consegui finalmente reerguer a cabeça e me impor no ambiente de trabalho. Defini os meus inegociáveis e adotei outra postura, de não aceitar tudo que estava sendo imposto a mim sem me posicionar a respeito. Essa postura me tornou alguém que não era mais bem-vinda naquele ambiente e resultou na minha demissão, em novembro de 2019. Arrisco dizer que foi a melhor coisa que me aconteceu porque me fez sair da zona de estagnação e buscar o que realmente faz sentido para mim. Eu tinha uma certeza:
Como eu, existem muitas pessoas nessa situação (infelizmente, o número é assustador) e eu preciso ajudar essas pessoas a perceber que “o mundo é bem mais que o quintal da nossa casa”. Apresentando novos horizontes e oferecendo apoio e acolhimento.
A minha história pode inspirar quem passa pela mesma situação. Decidi que queria empreender. Mais do que isso, queria causar impacto, promover uma transformação real nas pessoas e no mundo. Comecei a estudar sobre o universo das startups. Me aventurei em uma Learning Experience no Vale do Silício. A experiência foi transformadora. Naquele momento eu percebi que a tão temida FOMO (Fear Of Missing Out), acontecia justamente enquanto eu continuava em um trabalho que não me fazia bem; fora as oportunidades eram maiores e melhores. Sem falar que podemos criar oportunidades; nada existe até que seja inventado.
O Vale do Silício me trouxe outra reflexão importante: a diversidade como fator fundamental na construção de negócios extraordinários. Só a pluralidade traz o universo inovador necessário para as grandes realizações.
De volta ao Brasil, cheia de ideias e energia para colocá-las em prática, fui surpreendida pela pandemia do Covid-19, que me obrigou a reestruturar o meu planejamento. Com todas as dificuldades dessa nova realidade, reforcei a importância de uma rede de apoio e um ambiente seguro de troca e acolhimento. Entrei com a Connectholics no programa de aceleração Pulse, da B2Mamy - que foi um verdadeiro divisor de águas nessa jornada. Na B2Mamy eu encontrei a tão desejada rede de apoio e o ambiente seguro. Também encontrei pessoas diversas, com experiências, habilidades e visões diferentes, que me ajudam a enxergar muito além do que eu conseguiria sozinha.
Todo esse cenário, somado à imersão no universo do autoconhecimento, me possibilitou traduzir o meu propósito em palavras e construir a minha causa justa - Minha causa justa é construir um mundo em que a maioria das pessoas se conecte de forma genuína, tendo a diversidade como principal requisito para o fortalecimento das relações humanas, criando ambientes seguros para potencializar a comunicação, a criatividade, a aprendizagem e o autoconhecimento, e desejo que o maior número de pessoas se junte a mim nesta causa.
Convido você a conhecer a Connectholics - plataforma que facilita a conexão entre pessoas com base nas suas características, demandas e afinidades, para negócios e parcerias profissionais, é uma das ferramentas que me possibilitará atuar nessa transformação que eu tanto desejo ver no mundo.
Founder e CEO da Connectholics
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