Setor da Cannabis deve movimentar 4.6bi no Brasil até o final do ano. Entenda porque é a hora das mulheres fazerem parte dessa história como protagonistas
A cannabis proporciona benefícios para as mulheres atingirem todos os aspectos positivos necessários à qualidade de vida, como o bem estar físico, mental e social. A planta é um suporte para o bem-estar geral das mulheres e grande aliada para o corpo feminino, por isso, elas são grandes consumidoras de cannabis medicinal.
Para ter uma dimensão do impacto da planta na qualidade de vida feminina, 45% das mulheres norte-americanas utiliza cannabis para diminuir o estresse, 38% para diminuir a ansiedade, 31% para controle de dor crônica, 35% para melhora do sono e 14% para prevenção de náuseas, conforme dados da New Frontier Data. Um relatório da Hellomd e Brightfield Group mostra que as mulheres são responsáveis por 59% do uso de CBD nos Estados Unidos, é um potencial muito grande de atuação. Elas também são as maiores consumidoras de skincare e produtos wellness à base de cannabis. São muitas as propriedades curativas dos produtos de beleza infusionados com CBD, que devem movimentar cerca de US$ 3,48 bilhões no mundo até 2026, conforme dados da Allied Market Research.
A Xah com Mariaz utiliza a cultura e a inovação digital para ressignificar a tradição milenar do uso coletivo da cannabis entre as mulheres. Através da nossa comunidade oferecemos um espaço acolhedor e seguro para mulheres. Estamos desenvolvendo uma comunidade para facilitar a entrada delas no mundo canábico por meio da troca de experiências. Desta forma, mapeamos quais são as maiores questões femininas em relação ao consumo medicinal e utilidades da planta. Nossa missão é levar as mulheres ao fantástico universo da Cannabis por meio de uma plataforma digital totalmente personalizada para elas, na qual estarão disponíveis cursos, workshops, informações sobre a planta e serviços.
Queremos mostrar para as mulheres os benefícios e possibilidades de utilização da planta que vão além do medicinal, é um novo mercado em que elas podem inovar e serem donas do próprio negócio. O potencial é grande. A movimentação financeira do mercado da cannabis no mundo deve se
r de 194 bilhões de dólares até 2026, conforme o relatório do Banco de Montreal. No Brasil, um levantamento da New Frontier Data e The Green Hub mostra que o mercado de cannabis medicinal deve movimentar 4,6 bilhões de reais até o final do ano.
Hoje, o cultivo e o consumo da planta é autorizado em 50 países do mundo, como os vizinhos do Uruguai, Argentina e Colômbia, além de Israel, Estados Unidos, Canadá, Austrália, e diversos países europeus. No Brasil, a expectativa é alta em relação ao crescimento do mercado.
O motivo da empolgação é a aceitação do texto substitutivo ao PL399/2015, de autoria do deputado Luciano Ducci (PSB-PR), que visa regulamentar o cultivo, pesquisa e produção de cannabis em larga escala para fins industriais. Por isso, são altas as probabilidades do cultivo da Cannabis em escala industrial ser liberado no país. As áreas de atuação são grandes, hoje, existem 25.000 utilidades catalogadas da planta. A partir da Cannabis é possível fazer combustível, papel, remédio, plástico, bioconstrução, madeira, tecido, recuperação do solo, alimento e outros itens.
PRESENÇA FEMININA
O mercado de trabalho canabista já foi mais favorável às mulheres. É possível constatar nos Estados Unidos, que apesar da presença feminina no mercado canábico ser muito maior do que a média geral norte-americana em outros setores, a expansão da cannabis está atraindo os grandes conglomerados tradicionais da indústria. Os modelos clássicos de trabalho estão ganhando espaço no meio canábico, diminuindo a atuação feminina. Por exemplo, em 2015, um relatório do Marijuana Business Daily mostrou que as mulheres ocupavam 36% dos cargos c-level do setor, esse número baixou para 26,9 % em 2017 e voltou para 36,8% em 2019. A tendência feminina é oscilar ou diminuir porque a Cannabis saiu do mercado alternativo e virou ‘mainstream, fator de atração para as grandes empresas estruturalmente masculinas. Ou seja, o momento de pré legalização, que vivemos hoje no Brasil, é ideal para as mulheres darem os primeiros passos no mercado canábico, ainda longe da concorrência desproporcional de outros setores mais desenvolvidos da economia.
Vale a pena destacar que no Brasil, o movimento das mães com filhos doentes pressionou a regulamentação da cannabis medicinal. A mesma força das mulheres capaz de mudar leis com certeza irá transformar o mercado canábico, como podemos constatar por meio da atuação inovadora de grandes empresárias brasileiras.
Danila Moura, COO Xah com Mariaz. terapeuta canábica e jornalista com atuação na grande imprensa, como Folha de S.Paulo, Veja S.Paulo, Revista Exame e Revista Aventuras na História.
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