Artigo por Juliana Reis, mãe do Arthur, Educadora Parental com Ênfase em Apego Seguro e autora do livro: As Aventuras de Tutubarão, Um Mergulho no Mar das Emoções
Como desenvolver em nossas crianças essa habilidade tão falada nos últimos tempos? A inteligência emocional pode ser definida como a capacidade de lidar com as nossas emoções, de forma que a gente saiba dar lugar a elas sem invadir o espaço do outro. É importante nesse sentido, que o primeiro passo seja reconhecer e nomear o que estamos sentindo para compreender melhor o que está acontecendo conosco internamente.
Acontece que é muito difícil para nós, que não tivemos essa educação emocional, conseguir compreender muitas vezes o que se passa conosco, quem dirá ajudar nossos filhos nesse processo. Desta forma, a primeira coisa que precisamos fazer é entender que o que a gente sente é legítimo, que apesar de não determinar quem somos, faz parte de nós, da nossa humanidade.
O problema é como reagimos ao que acontece conosco, e a forma como vemos e lidamos com isso foi construído na nossa infância, na nossa relação com os nossos pais, quando o nosso cérebro ainda estava em formação.
Pensem aqui comigo, imaginem um ser que acabou de nascer que expressa de forma genuína suas emoções, aí vem um adulto, que ele mais confia e ama incondicionalmente, com o cérebro maduro (ou deveria ser), e diz as seguintes frases:
“Menino bonito não chora!” , “Que feio menina sentir raiva!”, “Pára de rir desse jeito, parece bobo alegre!”, “Isso não é motivo para ficar triste!”, “Tá com medo? você é homem ou o que?”
Eu acredito que você já deve ter ouvido pelo menos uma dessas frases.
Podem até parecer um pouco simplistas estes exemplos, mas são vários desses inputs ao longo de toda uma infância que moldam o cérebro da criança, e faz com que ela perca a conexão com o próprio sentir, passando a não compreender ou não aceitar seus próprios sentimentos.
Mas como eu lido ou compreendo aquilo que não reconheço ou não aceito porque me ensinaram que é errado ou feio?
Quando eu começo a reconhecer e aceitar as minhas próprias emoções, sem julgar, apenas observando em mim com curiosidade o que acontece com o meu corpo quando eu as sinto, esse meu comportamento por si só, já é um exemplo para a criança.
Eu não preciso ensinar meu filho a expressar suas emoções, elas são inatas ao ser humano. Eu preciso ajudá-lo a reconhecer e dar espaço para que ele as expresse de forma segura, sem julgamento, possibilitando assim, que esse mesmo movimento aconteça também em sua vida adulta.
Ju Reis, mãe do Arthur, Educadora Parental com Ênfase em Apego Seguro e Autora do livro: As Aventuras de Tutubarão, Um Mergulho no Mar das Emoções
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