Por Cinthia Dalpino - Coluna Revista crescer.
Vou explicar o porquê.
Os números não mentem: de acordo com a FGV, 50% das mães são demitidas até dois anos após a licença maternidade. Chutada pelo mercado de trabalho e com um filho a tiracolo, essa mãe vai lutar pela própria sobrevivência. Muitas vezes, vai bater de porta em porta, procurando uma oportunidade, e perceber que o simples fato de ter filhos já conta pontos negativos na corrida pelo emprego.
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Quando consegue visualizar uma luz no fim do túnel, se dá conta de que a exigência daquele trabalho é incompatível com sua nova vida. Essa mãe quer sobreviver, mas quer também ter tempo para o filho e, na maioria das vezes, a flexibilidade de horário é inegociável dentro das empresas. Portanto, ela busca alternativas que possam fazer sentido para aquela nova dinâmica familiar.
Aí entra o empreendedorismo como única opção viável.
No entanto, não são todas as pessoas que desenvolvem com facilidade o perfil empreendedor. Abrir um novo negócio traz desafios de todas as ordens e, acima de tudo, preparo. É imprescindível investir tempo para que a coisa dê certo, estudar o mercado a ser explorado e, principalmente, desenvolver habilidades específicas. Além de tudo, dar conta da demanda da casa e dos filhos.
Muitas mães embarcaram na aventura do empreendedorismo e perceberam que não conseguiam lidar com a instabilidade. Outras, agarraram a oportunidade com unhas e dentes. De fato, o ideal, é se cercar de exemplos de quem conseguiu desbravar o território desconhecido até então. Para isso, algumas iniciativas surgiram trazendo soluções para mães empreendedoras, como é o caso do Maternativa, um grupo de apoio que realiza encontros para que mães empreendedoras possam trocar figurinhas, e o B2Mammy, aceleradora de negócios focada no empreendedorismo materno.
Esteja numa grande multinacional ou numa empreitada solo, o que uma mãe precisa, sem sombra de dúvida, é de uma rede de apoio. Conciliar filhos e trabalho não é tarefa só das mães, como já dissemos aqui, e precisamos nos unir para que nossa voz seja escutada.
A mulher precisa ser ouvida, mas, sobretudo, ouvir a si mesma.
Eu, particularmente, acredito que o nascimento de um filho seja um momento que desconstrução e reconstrução. Muitas vezes, mal reconhecemos aquela pessoa que existia em nossa pele antes das crianças nascerem. Por isso, também vejo a necessidade de um olhar atento e cuidadoso para o que o momento pede, já que a maternidade é um resgate daquilo que somos, em essência.
Olhar para si mesma ... Leia mais em: http://revistacrescer.globo.com/Colunistas/Cinthia-Dalpino-Mae-at-work/noticia/2018/01/empreendedorismo-materno-solucao-para-todas.html
Cinthia Dalpino é jornalista, escritora e ghost writer de livros.Já foi 100% trabalho, já foi 100% mãe e, hoje, tenta integrar suas paixões - filhos e trabalho - em sua vida. Criadora do Mãe At work, portal com histórias de mães e reflexões relacionadas à maternidade e mercado de trabalho.